Fundación Avina lamenta profundamente o assassinato da socióloga e vereadora Marielle Franco.
(PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes ocorrido na noite de ontem (13) no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.
Manifestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos destas duas vítimas, assim como de tantas outras pessoas ativistas, cujas vidas vêm sendo violadas, ameaçadas e ceifadas no cumprimento da missão de defender causas ambientais e/ou de direitos humanos.
Recentemente, Marielle havia sido nomeada relatora de comissão instituída pela Câmara de Vereadores municipal que acompanhará as eventuais violações cometidas no âmbito da intervenção federal na cidade.
Ela também havia denunciado episódios de violência que teriam sido cometidos nos últimos dias por policiais militares do 41º batalhão contra moradores da comunidade de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Na última semana, dois jovens foram mortos na região sob circunstâncias ainda não esclarecidas.
Lamentavelmente, a conjuntura caótica que vive o estado do Rio de Janeiro não é o único cenário onde barbaridades desta natureza são cometidas regularmente. O Brasil tornou-se nos últimos quinze anos o país onde acontece o maior número de assassinatos de ativistas ambientais e de terra em todo o mundo, chegando a uma média de uma morte por semana. Os povos indígenas estão especialmente ameaçados, segundo relatores da ONU em 2017.
Avina, organização compromissada com a dignidade humana e a democracia, exige das autoridades competentes a devida seriedade na apuração dessas mortes e a adoção de medidas efetivas e sustentáveis que tenham real impacto sobre o contexto crítico no qual atuam esses ativistas. A mesma demanda que fazemos para todos os governos latinoamericanos que vêem dezenas de líderes e defensores de direitos humanos mortos.